quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Do Dakar para o mundo: a história da Africa Twin...


O rali Paris-Dakar começou em 1979 sem tanta atenção internacional e ainda mais perigoso do que hoje, o que rapidamente lhe rendeu a fama de competição off-road mais desafiadora do planeta. Junto com a notoriedade da prova veio a de pilotos e suas motos que venceram o deserto africano, as então nascentes big trail, modelos enduro de alta cilindrada capazes de enfrentar longas distâncias e alcançar velocidades maiores num tempo em que a organização do rali não limitava os motores.

Nos dois primeiros anos venceu a Yamaha XT 500, que evoluiria para 600 e ganharia a versão de longo alcance Ténéré; o terceiro ano foi a vez da BMW R80GS, que na edição seguinte perderia o posto para a Honda XR 550, mas voltaria a vencer três provas consecutivas (1983-1985) já como R100GS – daí vem a fama da família GS, que já atravessa mais de três décadas. Por fim a Honda voltou decidida a dominar o já popular Dakar em 1986 trazendo pela primeira vez um protótipo de competição que não existia nas ruas, a NXR 750V criada pela divisão HRC para ser pilotada pelo ex-campeão com a Yamaha Cyril Neveu. Começava o domínio de quatro anos pela marca, que em 20 de maio de 1988 rendeu o lançamento do modelo de rua XRV 650 Africa Twin.

A nova touring todo-terreno da Honda não era a mesma moto do Dakar, e sim inspirada por ela, mantendo características como o motor em V de refrigeração líquida, suspensões de cursos superiores a 200 mm, aro dianteiro de 21 polegadas, estética definida por um tanque volumoso para mais de 20 litros e grande carenagem frontal, com pintura no padrão de competição da marca em branco, azul e vermelho. A nova concorrente da Yamaha XT 600Z Ténéré usava tecnologia mais recente e entregava rendimento superior, afinal tinha um bicilíndrico refrigerado a líquido (57 cv e 6,1 kgf.m) contra um mono a ar (46 cv e 4,5 kgf.m). Por outro lado, isso deixava a Africa Twin mais pesada que a Ténéré.   


Duelo clássico       

Em 1989 a Yamaha revidou ao ampliar a linha com um segundo modelo, a mais sofisticada XTZ 750 Super Ténéré, que incorporava um motor de 2 cilindros paralelos refrigerado a líquido com comando de válvulas duplo e 5 válvulas por cilindro (70 cv e 6,8 kgf.m). A Honda devolveu em 1990 elevando a cilindrada da Africa Twin, que passou a ser XRV 750, o que rendeu até 62 cv e 6,4 kgf.m. Este foi o ano do fim da hegemonia da marca no Dakar, quando todos foram surpreendidos pela Cagiva Elefant 900, para em 1991 a Yamaha voltar a dominar a prova com o protótipo YZE 750T, que venceria seis vezes durante a década de 1990 com Stéphane Peterhansel.

A Africa Twin continuou sendo atualizada até o fim da produção em 2003, quando a família Ténéré da Yamaha já estavam fora de linha. O novo milênio viu a ascensão da austríaca KTM, que desde 2001 vence o Dakar, enquanto nas ruas passaram a predominar modelos touring mais voltados ao asfalto com aro dianteiro de 19 polegadas. Nos últimos anos a Honda voltou a concentrar forças em vencer o Dakar, hoje restrito a modelos enduro de 450cc, e achou oportuno ressuscitar a Africa Twin para a linha 2016. A nova big trail retoma o aro dianteiro de 21” na linha Honda com motor de 2 cilindros (agora paralelos), e mais que isso, demonstra preocupação autêntica com boa performance off-road.






FONTE:www.uniaomotorcycle.com.br


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